A produção industrial do
Paraná começou 2025 com crescimento de 0,7% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta semana. Apesar do avanço, o índice ficou abaixo da média nacional, que foi de 1,4%. Entre os estados mais industrializados do país, o
Paraná apresentou a maior alta, superando São Paulo (0,5%), Minas Gerais (-0,4%) e Rio de Janeiro (-2,6%). O resultado reflete um início de ano positivo, mas com sinais de desaceleração na atividade industrial.
Nos últimos 12 meses, o ritmo de produção vem desacelerando. Em dezembro de 2024, o crescimento acumulado do setor industrial no
Paraná era de 4,2%, caindo para 3,9% em janeiro, acompanhando a tendência nacional, que reduziu de 3,1% para 2,9% no mesmo período. Apesar dessa retração, o
Paraná manteve a liderança entre os estados mais industrializados. O pico de crescimento no ano passado foi registrado no terceiro trimestre, com alta de 7%, também a maior entre os estados mais industrializados. Já no último trimestre, houve uma desaceleração, mas ainda assim o estado alcançou 6,6% de crescimento.
Setores em destaque e desafios
O crescimento da indústria paranaense em janeiro foi impulsionado pelo desempenho positivo de oito das 13 atividades analisadas pelo IBGE. Os setores que mais cresceram foram minerais não metálicos (14,9%), automotivo (12%), máquinas e equipamentos (9,8%), móveis (7,9%), produtos de metal (6,9%) e celulose e papel (5,5%). Por outro lado, os setores que apresentaram retração foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-26%), borracha e material plástico (-13,7%), petróleo (-1,8%), madeira (-0,2%) e bebidas (-0,7%).
A atividade industrial no
Paraná também enfrenta desafios devido à sazonalidade e à necessidade de re-planejamento das empresas no início do ano. A recomposição da mão de obra, a aquisição de matérias-primas e a variação na taxa de câmbio impactam a estratégia de produção e investimentos. Além disso, setores que dependem de crédito para consumo, como a construção, encontram dificuldades devido aos juros elevados. Eles encarecem o financiamento e limitam a expansão da capacidade produtiva, gerando impacto em toda a cadeia industrial.
Perspectivas e incertezas para 2025
Os primeiros dados do ano são positivos de forma geral. O representante regional da
Fiep (
Federação das Indústrias do Paraná) e presidente do Grupo MSA, Edgar Behne, diz que o crescimento do setor foi de 8% no País, 10% no
Paraná e 12% no Sudoeste em janeiro, mas é preciso ponderar esses dados. “Acontece que o primeiro trimestre de 2024 foi muito ruim, principalmente para o setor moveleiro, por isso essa comparação fica um pouco prejudicada. E ainda existem muitas incertezas quanto à política econômica do Brasil, fazendo com que os empresários fiquem inseguros quanto aos investimentos, principalmente pelas altas taxas de juros”, avalia.
A diretora executiva do Sinvespar, entidade que representa as indústrias de vestuário da região, Solange Stein, cita o segundo semestre de 2024 foi de desaceleração no setor, mas que há perspectivas mais positivas para este ano. “Muitas redes atacadistas estão se voltando mais pro mercado interno, trazendo suas produções pra cá devido à instabilidade mundial e do dólar, e isso vai gerar uma demanda grande nas indústrias de confecções e vestuário”, analisa. Ela pontua outros fatores que tendem a impulsionar o setor: o crescimento das vendas por marketplace e a queda das importações após a criação de taxas, em 2024.
Empresários paranaenses do setor manifestaram otimismo quanto aos seus negócios, mas 43% deles acreditam em uma possível retração econômica este ano, sendo que 79% atribuem essa preocupação à condução da política nacional.
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