Pagar para usar rodovias e ficar parado em congestionamentos não é o que os usuários paranaenses esperavam com o início da nova concessão. Ontem (3), as cenas se repetiram por conta de um protesto ocorrido no km 11 da BR-277, na pista Curitiba/Ponta Grossa. Indiferente às razões dos manifestantes, qualquer bloqueio precisa ter uma solução imediata, sobretudo considerando que veículos parados no leito da estrada potencializa o risco de acidentes.
Entidades paranaenses como a Federação das Indústrias (Fiep), Federação das Empresas de Transporte de Carga (Fetranspar), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR), Instituto de Engenharia do Paraná (IEP-PR), Federação das Associações Comerciais e Empresariais (Faciap) e do Sistema Ocepar, acompanham os primeiros meses da nova concessão e cobram resultados práticos.
No mês passado, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) enviou ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), cobrando esclarecimentos e providências em relação a problemas identificados no novo programa de pedágios do Paraná, após o início da operação das concessionárias nos dois primeiros lotes.
Entre os principais pontos levantados pela Fiep está o início da cobrança das tarifas poucos dias após a assinatura dos contratos, sem a realização de trabalhos iniciais mais consistentes nas estradas. A entidade também questiona os episódios de formação de longas filas em algumas praças, a forma como está sendo ofertada internet nas rodovias e, principalmente, a necessidade de criação de Comissões Tripartites para fiscalizar a execução dos contratos.
É fundamental que o novo modelo considere as boas práticas existentes, considere a adoção de novas tecnologias, garanta transparência na construção da nova modelagem e da fiscalização de todas as etapas do processo e, acima de tudo, coloque no centro das atenções o respeito aos usuários das rodovias. É importante acreditar que a nova realidade que se construirá para a malha rodoviária será decisiva para aumentar a competitividade do Paraná. Isso, com certeza, vai se reverter em mais desenvolvimento econômico e social para nosso Estado.
No início desta semana, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) propôs a criação de um observatório para que toda a sociedade possa acompanhar e fiscalizar a evolução dos contratos de concessão de rodovias no Paraná. o propósito é ter uma ferramenta técnica, que permita aos paranaenses fácil acesso a informações, de forma organizada e transparente, sobre o cumprimento das obrigações contratuais das concessionárias.
O pedágio precisa ser um bom negócio não apenas às concessionárias, mas (e principalmente) para quem utiliza diariamente as estradas do Paraná por diferentes razões.